La reproduction interdite, de René Magritte
O que pode revolucionar um coração fraco?
O que pode equacionar um amor débil?
O que pode movimentar uma mente confusa?
O que pode sancionar uma razão obscura?
O que pode mudar um fervor terrorista?
O que pode equilibrar uma ação orgulhosa?
O que pode lecionar um cidadão egoísta?
Nesse mundo fugaz
Sonhamos com a tão almejada paz
Mas somos incapazes de abandonar as guerras interiores e tenazes
Ambicionamos o bem estar emocional
Mas nos mantemos presos nas masmorras da vingança dos direitos autorais
Queremos igualdade
Queremos respeito
Queremos amorosidade
Queremos lealdade
Queremos santidade
Queremos justiça
Queremos sem dar
Queremos exigir sem esforços de empreender
Queremos nossos direitos soberanos
Queremos exigir sem cumprir
Sem dever
Na ausência de si
Na debilidade do autodomínio
Na perversidade do egotismo
Na desdita do orgulho
Na sala obscura da razão
Não encontraremos nenhuma revolução
Apenas a manutenção
Do estado doentio
Da eterna repetição
Da vaidosa revanche
De deliberadas e espetaculares convulsões
Que buscam preencher o abismo
Dos pesadelos inanimados
Da inanição dos seres desordenados
A ordem, no entanto, vem antes do amar
Já que um amor desordenado é componente trágico para toda e qualquer proposta relacional
E a revolução vinda de um coração inquieto
Se desorienta dos melhores princípios de paz
Das melhores intenções de que se faz
Antes as fugas por detrás das labaredas
Das bandeiras, dos grupos identitários
Das idolatrias ou dos partidos fanáticos
Que se escusam do encontro com a verdade
Curemos antes o coração
Curemos antes as mágoas
Curemos antes os tormentos
Transformemos os traumas em empatia
Nessa bendita pandemia
Sem sofrimento e apatia
Se cada um empreendesse
E aprendesse os valores do autorespeito
Do autoamor
A revolução seguiria suave para o seu lugar
Sem fervor
Sem pressão ao manifestação
Tormento ou violação
Apenas a voz pura do coração
Sem rancor
Copyright Flavio Graff
Muita gratidão por essa beleza de poema. Me inspira calma, paz e esperança. Confio em Deus que a fé continue me instigando a encontrar o meu melhor nessa vida. Obrigada Flávio! eus poemas são acolhedores.
Muitas bênçãos. Luz!!!!!!!!