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É hora de mudança


É hora de mudança de paradigmas cansados, de um modo de produção esgotado e egoísta onde estabelecemos as bases deste mundo em que vivemos.

Virulento.

Foi e é escolha nossa continuar vivendo desse modo e, exclusivamente, para esse modo, como escravos, disseminando o vírus desumano da solidão. O vírus da podridão. O virus da corrupção.

Esse fora doentio que agora vivemos é apenas mais um reflexo do que, há séculos, habita o dentro – Impensado, irrefletido, amodorrado, onde a dor é sinal de que há algo de errado. Assim como o sofrimento que sempre denota o apego.

Esse vírus que, hoje, tanto tememos é o vírus da própria alma conturbada.

Não temeremos mais a morte quando estivermos livres de produzir no nosso inconsciente esses vírus letais que nos consomem, atormentam e nos auto-destroem.

Estamos diante da crise desse modelo de produção baseado no dinheiro que gera a transitória ilusão de poder e de controle. Das posses que não possuem nada. Tudo ilusão. Que mostra o real descontrole interno em que vivemos. O real desconhecimento do espírito e de suas potências amorosas. Criativas.

Nesse movimento necessário de mudança, precisamos, no entanto, lembrar que “fora da caridade não há salvação”. Quer dizer, fora do trabalho altruísta não há transformação, não há evolução, não há quebra de paradigmas, já que o espírito não se alimenta, não sustenta a sua essência, que é permanente, nesta superficialidade de fatos sensórios e efêmeros de um mundo mercadológico, pautado por números e somas. Mas que não soma nada na vida do outro. Não. Nesta superficialidade o espírito apenas se esvazia. Se cansa. Se consome. Se deprime. Se mata.

Vivemos, no momento, o apogeu da cultura do banal, do like na minha foto, na minha página, no meu vídeo, no meu Botox, que me faz mascarado de jovem e famoso, que me rende, que me vende, que me ilude do que eu não tenho, do que não sou – amor, compaixão e generosidade. De poder ser e estar para o outro e só isso. Sem cobrar em troca. Cobramos. No entanto, queremos a paga, pois nosso senso de auto-estima está pra lá de baixo; ou apostando as suas fichas nas ilusões do ego enganoso.

O vírus atual nada mais é que a estagnação criativa do materialismo de-semtinentalisado, dementado, insustentável. A frieza de coração que é compatível com um espírito que se deixa desconhecer, pois só assim é possível manter esse modo de viver incongruente. Cruel e cego. Distanciado do real propósito do ser espiritual essencial que somos. Espíritos imortais.

No entanto, hoje, quando somos conclamados a ter um pouco de recolhimento e paz, surtamos. Pois não sabemos o que fazer, não sabemos o que somos sem todo esse aparato, sem todo esse confeito do bolo que decoramos, do bolo de confusões internas, perdidas nas ilusões; o confeito que tenta cobrir os amargos dissabores de não saber amar, de não se cultivar as esplêndidas potencialidades que cada um carrega em si.

Como diria Almir Sater: cada um carrega em si o dom de ser capaz e de ser feliz.

Mas se não trabalhamos tais virtudes, qual o preço a se pagar?

E lembrando que não estamos falando aqui da felicidade do tolo que se vende por pouco, que se satisfaz com surpresas sensórias que se esgotam na fração de um segundo, impermanentes que são, e que geram ainda mais vazio e angústia. Ansiedade e depressão.

Hoje, esse mundo egoísta pede passagem para não mais voltar. Mas é preciso querer. É preciso ouvir. E preciso refazer.

É tempo de mudar. Das loucuras insanas daqueles que estão no poder desesperadamente querendo manter as ilusões de outrora, os apegos de um tempo que não existe mais. E não quer mais resistir. Da ganância, da exclusão, da humilhação, da escravidão, da subjugação, da arrogância de uma pseudo superioridade que, no entanto, a eminência da morte coloca todos no mesmo lugar. No mesmo fim.

Será?

Ou não, pois na realidade espiritual, não se contam quantos bens eu tive na minha vida egoísta, mas quanto do bem eu fiz para o meu próximo. E para os que não estão tão próximos também. Mas um bem desinteressado. Um bem do self e não do ego.

Então, no exercício desta mudança, pergunto: qual o bem que, hoje, eu posso fazer para mudar essa situação? Pra exercitar sair do meu egoísmo.


Namaste!


Flavio Graff

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